Parte 29 - No Bloco cirúrgico

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
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Ao entrar no bloco cirúrgico, minha mãe não pôde mais me acompanhar e eu estava sozinha. O enfermeiro encostou minha maca perto da parede e me deixou lá. Sozinha, eu fiquei com mais medo ainda. Eu fazia de tudo para não chorar. Passavam por mim enfermeiros e médicos, alguns cantarolando, outros conversando, outros fazendo piada. E eu observava o contraste entre esses dois mundos, o dos pacientes e o dos profissionais da saúde. Para eles, aquilo era trabalho e estava tudo dando certo. Assim como eu converso e faço piada no meu trabalho, assim também é normal que eles façam. Porém, os pacientes estão em outro mundo. Um mundo de muito nervosismo e ansiedade. Apesar do contraste, eu achei muito benéfica essa descontração dos profissionais da saúde, pois passa para os pacientes a sensação de que está tudo sob controle e que é o processo é simples e rotineiro, por mais complexo que seja ou que pareça.

“Run Forest, Run!" (Corra Forest, Corra!), de ‘Forest Gump’.

Ainda no bloco cirúrgico, esperando minha cirurgia começar, eu me perguntava pela minha amiga enfermeira. Eu precisava de alguém conhecido para que eu me sentisse mais segura. Quando escutei a minha amiga, levantei a cabeça desesperada para procurá-la. Ela saiu de uma sala bem perto de onde eu estava e veio conversar comigo. Ela também me apresentou várias outras pessoas que estavam lá trabalhando. Todos ficavam um tempo conversando comigo. Isso aliviou muito o meu nervosismo. Por isso eu sou até hoje muito grata a esta minha amiga por ter me ajudado nessa hora de tanta aflição. Houve um momento em que a minha médica passou por mim e eu estava na maca conversando e rindo com as enfermeiras, então ela brincou “tem muita gente em cima da minha paciente, não to gostando disso não, viu?”. E eu respondi que já estava fazendo amizades ali. Um tempo depois eu fui levada para a sala cirúrgica.
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