Parte 20 - O propósito de Deus e a Festa

Resumo das postagens anteriores:
_______________________________________________________________________
Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
_______________________________________________________________________
Como eu disse antes, era quarta-feira da semana santa, e parece que Deus queria me dizer alguma coisa com isso. Eu sentia como uma provação. Mas eu era mais forte. Eu só sabia que eu precisava passar por isso por algum motivo que Deus me mostraria depois. E que se Deus permitiu que isso acontecesse, é porque seria para o meu bem. Mas, como eu sou humana, não conseguia ficar feliz com isso.
Já era tarde da noite e eu iria para a festa da minha amiga Kelly. Decidi não estragar a festa de ninguém contando dos meus problemas. Outro dia eu contaria. Eu queria me divertir muito naquela noite. Esquecer essa doença. E me despedir de uma vida saudável, pois a luta ia ser grande, com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Fui me arrumar para a festa. Fiquei o mais bonita que eu pude. Na festa, somente minha amiga do trabalho (Syntia), meu namorado e meu chefe sabiam sobre a minha doença. Lá encontrei outras amigas e muitos outros conhecidos e conhecidas. Até bebi cerveja. Eu bebi o quanto eu quis, mas acho que os problemas não em deixaram ficar bêbada. Também dancei muito com o meu namorado e com minhas amigas. Conversei com todos me diverti bastante. Era muito bom esquecer esse problema, fingir que ele não existe. Era uma sensação muito boa. Na verdade várias vezes eu esqueci disso durante a festa, e quando me lembrava, era como se fosse com outra pessoa.
O meu namorado não gosta muito de festas nem de dançar, mas nessa festa ele dançou e se divertiu. Era umas três horas da manhã quando ele quis ir embora. Eu não queria, mas como ele insistiu muito, já estávamos discutindo por causa disso. Ele queria que eu entendesse que ele não gosta de festas e só vai para esses eventos por minha causa. E eu queria que ele entendesse que eu estava me distraindo muito lá e não queria voltar para a realidade do câncer. Resolvi ir embora para evitar uma briga. Ele voltou pra casa emburrado porque teve que discutir para que eu aceitasse ir pra casa, e com isso, eu que já estava mal, fiquei pior ainda. Assim que chegamos na casa dele, tomamos banho e deitamos para dormir. Então eu voltei para a realidade do câncer e desabei de novo. Chorei muito. Solucei. Não conseguia parar. Eu não consigo descrever o tamanho da dor, mas posso garantir que era a maior que eu já havia sentido. Meu namorado logo se arrependeu de ter voltado pra casa. Nunca me esqueci do que ele disse: "Se eu soubesse que você ia ficar assim, teria ficado na festa". Eu chorei tanto que adormeci abraçada com meu namorado que tentava me consolar. No dia seguinte no momento que acordei logo me lembrei da doença e comecei a chorar. E novamente chorei bastante. Eu queria muito que tivesse sido um pesadelo, mas não era. E, como sempre, um tempo depois de desabafar o meu namorado conseguiu me consolar.
Clique no botão g+1 abaixo para divulgar a página!

Próxima Postagem: Parte 21

2 comentários:

  1. Conheci seu blog hj,vi no Bolsa de Mulher...estou segurando minhas lagrimas aqui,pq estou no meu trabalho...bjo

    ResponderExcluir
  2. Estou adorando ler seu blog. Descobri hoje. Estou com um resultado inconclusivo que me está me matando. Beijos

    ResponderExcluir