Parte 24 - Confiança em Deus apesar de tudo

Resumo das postagens anteriores:

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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1

Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2

Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3

Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4

Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5

O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6

A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7

Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8

A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9

Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10

A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15

Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
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Continuando o dia que a médica me disse que teria que fazer uma mastectomia radical... 

Voltei a chorar na hora de dormir. Já eram duas horas da manhã quando liguei para a minha amiga Kelly. Acho que acabei acordando ela, mas ela sabia que algo estava errado, então me pediu para falar. Eu contei tudo chorando muito. Eu mal conseguia falar de tanto que chorava, mesmo assim ela tentou me acalmar. Falou de Deus. Eu sabia que Deus estava comigo e que se eu estou passando por isso é porque há um motivo. Eu continuava confiando em Deus, mas mesmo assim era difícil ficar calma. Nunca vou esquecer que, quando eu cheguei em casa e estava chorando, minha mãe disse “Meu Deus, o que a gente fez para merecer isso?”. E eu disse: “Nada, mãe. A gente não fez nada. Muito pelo contrário, isso ta acontecendo porque a gente ta próximo de Deus e por isso o inimigo vem querer afastar. Mas ele não vai conseguir porque eu confio em Deus”.

 Nessa noite, após falar ao telefone com a minha amiga Kelly, chorei até dormir. Mas, no dia seguinte outra amiga me ligou perguntando sobre a consulta de ontem com a médica. Era a minha amiga Borges. Então contei que precisaria tirar minha mama toda e novamente chorei muito. Ela me dizia: “Eu sei que dói, amiga, mas posso te garantir que vai passar”.

Nesse dia eu só trabalhei à tarde e pedi que a minha amiga Kelly explicasse para o meu chefe o motivo. Eu achei que o meu chefe deveria saber para que ele conseguisse me ajudar. Além do mais ele não era só meu chefe, era meu amigo, era marido da minha amiga e sempre esteve por dentro de todo esse problema com a minha mama. Ele precisava entender porque eu não tinha ido trabalhar de manhã e futuramente, quando eu tivesse que reconstruir minha mama, eu também precisaria ficar afastada. Além do mais eu andei pensando em pedir para o meu chefe arrumar um jeito de me colocar no plano de saúde da empresa, pois eu ainda não tinha direito por normas da empresa. Eu tinha um plano de saúde, como já falei, mas ele tem sido péssimo. E o plano de saúde da empresa era um dos melhores. Então pedi para a minha amiga Kelly contar para o meu chefe quando chegasse ao trabalho, pois para mim seria muito ruim ter que contar essa história.

À tarde, ao chegar à empresa, resolvi algumas coisas que estavam pendentes e depois meu chefe me chamou para uma conversa particular. Encontrei um chefe extremamente sensibilizado, que entendeu todos os meus problemas e necessidades e se colocou à disposição para ajudar no que eu precisasse. E disse também que a empresa me daria total apoio para que eu me afastasse o tempo que fosse preciso e para qualquer ajuda financeira que eu precisasse. Eu agradeci e disse que a única coisa que eu estava precisando no momento era do plano de saúde da empresa. Meu chefe então, disse que faria o que fosse possível para que eu conseguisse esse plano de saúde. Ele também me disse que estava impressionado com a minha força para encarar as dificuldades. E para mim, foi muito importante ter todo esse apoio da empresa. Na verdade a minha médica tinha me dado um atestado para que eu não precisasse trabalhar hoje, mas eu preferia estar no trabalho fingindo que está tudo bem do que ficar em casa sentindo pena de mim mesma e vendo minha mãe desesperada, com a testa franzida de preocupação o tempo todo.
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