Parte 62 - 2a. Sessão de Quimio

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta e tive consultas uma vez por semana com a mastologista. Também iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
3 dias de reações da quimio: enjoo, febril, sono, dor de cabeça, indisposição, ... : Parte 58
Senti muita dor no estômago por dias seguidos: Parte 59
Curei minha dor no estômago, lidei com outros problemas e arrisquei passear: Parte 60
Fiquei careca: Parte 61
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Eu achava que a segunda sessão da quimioterapia seria mais fácil do que a primeira, pois agora eu já sabia o que fazer com cada reação da quimioterapia, achava que já sabia lidar com ela. Infelizmente me enganei. As coisas aconteceram do mesmo jeito, nos mesmos dias, como se estivesse tudo programado para acontecer. Eu achei que não sentiria a dor no estômago porque já estava tomando remédios para o estômago, mas senti muita dor. Achei que não tinha mais o que fazer com essa dor, pois eu já estava tomando remédios para o estômago, então tentei aguentar. E pela primeira vez depois que começou a quimioterapia, eu chorei. Chorei de dor. Chorei de estresse. Chorei de raiva por ter que passar por aquilo. Mas principalmente eu chorei porque ainda teria que passar por aquilo mais cinco vezes. Se a segunda vez já estava insuportável, como eu conseguiria chegar à sétima sessão? Eu via um caminho muito longo na minha frente, tão longo que eu não conseguia ver o final e só de pensar que para ver o final eu teria que percorrer todo aquele insuportável caminho, sinceramente não dava vontade de ver o final. Então eu chorava cada vez mais quando sentia que não queria mais fazer quimioterapia, mas qual direito de escolha eu tinha? Era isso ou talvez morrer. O que eu podia escolher? Eu era obrigada a continuar com aquele tormento.

“I feel the need — the need for speed” – “Eu sinto a necessidade – a necessidade de velocidade” – No filme Top Gun


Tenho certeza de que não estou conseguindo explicar o quando foi atormentador, desesperador e quase insuportável uma quimioterapia no início, pois em palavras é impossível descrever. Por mais que as pessoas dissessem que isso tudo ia passar e que o importante é a minha cura, eu só enxergava as reações da quimioterapia me atormentando. Eu tinha vontade de gritar, correr, fugir, chorar, mas eu não queria transparecer que estava sofrendo tanto, caso contrário os meus pais sofreriam também. E para mim, bastava uma pessoa sofrendo. Então além de estar nessa situação tão ruim eu não externava nada. Engolia cada sofrimento. Escondia cada lágrima. Exceto do meu namorado. Ele era que me dava todo o suporte emocional. Era para ele que eu me queixava, era com ele que eu desabafava, era no ombro dele que eu chorava. E ele sempre se mostrava muito forte, me deixava chorar para que o estresse fosse embora e dizia: Eu tô aqui pra te ajudar! Eu te amo. Então eu chorava ainda mais pensando “ele só pode mesmo me amar! Qual outra explicação tem para ele deixar a vida dele de lado e fazer companhia para um doente chata que não tem vontade de fazer nada?” Agradeço a Deus por ter um namorado tão companheiro, forte e positivo. Era ele quem me colocava para cima.
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