Parte 61 - Ficando Careca

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta e tive consultas uma vez por semana com a mastologista. Também iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
3 dias de reações da quimio: enjoo, febril, sono, dor de cabeça, indisposição, ... : Parte 58
Senti muita dor no estômago por dias seguidos: Parte 59
Curei minha dor no estômago, lidei com outros problemas e arrisquei passear: Parte 60
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A partir da primeira semana após a quimioterapia comecei a notar que estavam caindo mais fios de cabelo do que o normal. Caiam principalmente quando eu penteava e passava os dedos, então logo imaginei: se eu lavar ele vai cair mais depressa. Então passei uma semana se lavar os cabelos, mendigando os meus últimos dias com os cabelinhos que eu tanto cuidava. Os meus cabelos foram caindo cada dia em maior quantidade, e eu fui percebendo que quando eu não os penteava, os fios caídos embaraçavam os outros e faziam cair mais cabelos ao desembaraçar. Passei então a penteá-los duas vezes ao dia, mas com cuidado, pois cada vez que eu passava o pente ficavam muitos, mas muito mesmo, fios no pente. Minhas amigas e meu namorado diziam que eu deveria cortar logo os cabelos, mas só quem está prestes a ficar careca sabe o quanto vale um dia a mais com os cabelos.

“Esse é o  dia que vocês sempre lembrarão como o dia em que vocês quase pegaram o Capitão Jack Sparrow” – Piratas do Caribe

Quando chegou o dia da lavagem dos cabelos já dava pra perceber que eu estava com menos cabelos na cabeça. Eu sabia que quando eu lavasse, o peso da água e o esfregado com o shampoo iam fazer eles caírem tanto que eu teria que cortar. Eu estava muito preparada para isso e ficar careca não era nada quando comparado ao incomodo das reações da quimioterapia que me preocupavam muito mais. Mas mesmo assim, quando comecei a passar o shampoo, senti meus dedos tocando diretamente no meu couro cabeludo, cada vez mais, e comecei a sentir medo de olhar no espelho. Retirei o shampoo, coloquei o condicionador e tentei pentear, mas era impossível, pois os cabelos caídos formaram um enorme emaranhado impossível de desfazer, e esse emaranhado estava prendendo os poucos cabelos que estavam ainda presos na cabeça. E se não há como pentear, a solução é cortar. Então decidi olhar no espelho. Senti-me como um monstro horrível. Nunca vou esquecer aquela imagem, mas só chorei um pouco.

Ao sair do banho, vesti a roupa, pedi uma tesoura para cortar cabelos a minha mãe e parei na frente do espelho. Minha mãe perguntou se eu queria que ela cortasse. Eu disse que não. Então fui eu mesma cortando, por partes, e por fim algumas lágrimas rolaram. Eu estava me sentindo muito feia. Depois fiquei olhando para todo aquele cabelo no chão. Parecia que a minha beleza estava lá caída no chão. Minha mãe disse “Deixe que eu limpo, minha filha”. E limpou o chão enquanto eu procurei outra coisa pra fazer para não pensar na minha feiura. E não chorei mais. Como disse antes, eu tinha coisas piores como a quimioterapia para me desesperar.
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Próxima Postagem: Parte 62

Parte 60 - Dor no estômago

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta e tive consultas uma vez por semana com a mastologista. Também iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
3 dias de reações da quimio: enjoo, febril, sono, dor de cabeça, indisposição, ... : Parte 58
Senti muita dor no estômago por dias seguidos: Parte 59
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No dia seguinte acordei levemente melhor, comi uma fruta e fui para a fisioterapia, mas dor e o enjoo aumentavam cada vez mais. Geralmente eu não esperava muito pela minha sessão de fisioterapia, mas justo nesse dia eu esperei bastante. Decidi, então, ir à sala de fisioterapia para conversar com as mulheres e esquecer a dor e o enjoo. Chegando lá, contei para elas sobre o meu mal estar e várias delas me disseram que tomaram um remédio para o estômago, o mesmo que eu havia tomado contra azia nos primeiros dias da quimioterapia. Isso justificava que eu só tivesse sentido a dor a partir do dia que não tomei essa medicação. As mulheres disseram que o médico havia receitado esse remédio para elas e sugeriram que eu ligasse para o meu médico. Fiquei muito irritada por não ter resolvido esse problema antes, já que era tão simples. Eu não deveria ter aguentado essa dor por tanto tempo. Ao chegar em casa, depois da fisioterapia, tomei imediatamente esse remédio e liguei para o médico. Ele receitou que eu continuasse tomando esse remédio ao longo de todo o tratamento quimioterápico porém, com o dobro da dose que tomei.

“Minha mãe sempre dizia: a vida é como uma caixa de chocolate. Você nunca sabe o que vai encontrar” – Forrest Gump

Esperei o remédio fazer efeito e a partir daí não senti mais nenhum desconforto. Esse remédio mudou minha vida. Meu humor melhorou e eu passei a comer muito melhor. O médico já tinha me falado que eu sentiria mais fome e era exatamente assim que eu me sentia: sempre faminta. Nos dias seguintes eu continuei me sentindo muito bem. Fui perdendo o medo de comer fora de casa, de comer coisas mais pesadas, em fim, de comer normalmente. O único problema era abrir muito a boca, pois os cantos da boca estavam feridos, segundo o médico, por causa da baixa imunidade, as bactérias atacam os cantos da boca. Também fui perdendo o medo de sair de casa. Meu primeiro passeio foi a um shopping de manhã em um dia de semana. Mas aos poucos eu fui me permitindo ir para qualquer lugar. Minha única tarefa era ter atenção com a higiene, para não contrair vírus e bactérias, e atenção para não me machucar. Isso tudo devido à baixa imunidade.
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Próxima Postagem: Parte 61

Parte 59 - Mais reações da quimio

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta e tive consultas uma vez por semana com a mastologista. Também iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
3 dias de reações da quimio: enjoo, febril, sono, dor de cabeça, indisposição, ... : Parte 58
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No dia seguinte acordei com muita moleza, um pouco de enjoo e uma dor terrível no estômago. Achei que era porque eu estava com o estômago vazio, então resolvi comer uma fruta. Foi aí que a minha dor e meu enjoo aumentaram, mas quando eu estava deitada os sintomas passavam. Fiquei deitava por um tempo e quando a dor diminuiu senti fome. Resolvi almoçar, mas não consegui comer o pouco que coloquei, pois o enjoo e a dor aumentaram. Como sempre, quando eu deitava, me sentia bem. Achei estranho um enjoo que depende da minha posição. Fiquei deitava por mais um bom tempo até o enjoo melhorar, mas só aumentava. Algumas horas depois do almoço percebi que chegaria uma hora que eu iria vomitar, então decidi comer biscoito já que eu estava com muita vontade e iria botá-lo para fora. Cada vez que eu levantava da cama sentia tontura, fraqueza e a visão ficava um pouco turva. A solução era deitar novamente. Então o meu enjoo piorou cada vez mais e eu já achava melhor vomitar do que continuar naquela situação. Coloquei o dedo na garganta para forçar o vômito, mas não veio fácil, então achei melhor não forçar.

Eu estava cansada de ficar deitada, então procurei uma posição no sofá que não fizesse o meu estômago doer. Assisti televisão para me distrair e quando a fome chegou novamente, tentei comer mais alguma coisa leve. Dessa vez o meu estômago aceitou melhor e o enjoo e a dor diminuíram. Cada vez que me dava fome eu comia um pouco e o enjoo e a dor foram diminuindo. Ao final da noite eu já estava me sentindo bem melhor, mas eu me perguntava o que tinha causado essa recaída se no dia anterior eu estava bem.

“Quem é você? Seu pior pesadelo”- No filme Rambo

No dia seguinte acordei na expectativa de não sentir dor no estômago nem enjoo, mas infelizmente eu estava sim sentindo ambos. Como eu estava com fome, decidi comer frutas, mas o enjoo e a dor aumentaram. Eu não sabia mais o que fazer e estava desconfiando que esses sintomas estavam sendo causados porque ao dormir eu passava várias horas sem comer e isso estava irritando o meu estômago. Novamente passei o dia procurando uma posição que não fizesse meu estômago doer e cada vez que eu encontrava essa posição, eu ficava paradinha com medo que a dor voltasse. O medo era tanto que eu só mudava de posição quando meu corpo ficava dormente. Eu estava bastante desanimada e triste com essa situação. Era muita dor. E era muita fome, a qual eu não podia saciar porque cada vez que a comida tocava o meu estomago, tudo piorava. Procurei ser forte e aguentar a dor. Eu me perguntava por que as pessoas diziam que só se sentiam mal com a quimioterapia por três dias e já era o sexto dia que eu estava mal. Mas mesmo assim achei que era normal, achei que os sintomas variavam de pessoa para pessoa, por isso não liguei para o meu médico. Passei metade do dia assim até que, certo momento, comi uma banana e me senti melhor. A partir daí consegui comer melhor e aproveitei para comer tudo o que vi pela frente, pois a fome era grande, mas fui dormir com medo de acordar com dor e enjoo novamente.
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Próxima Postagem: Parte 60

Parte 58 - Reações da quimio

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta e tive consultas uma vez por semana com a mastologista. Também iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
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Nos três dias seguintes eu sempre acordava com fome, mas com muito medo de comer, pois eu ainda sentia um pouco de enjoo. Mesmo assim me alimentei somente com coisas leves, em pequenas quantidades e com intervalos de duas horas. Passei os dias febril, sonolenta, cochilava durante a tarde e quando eu estava acordada sempre sentia um pouco de dor de cabeça mas, por opção minha, não tomei remédios. A sonolência era por causa da medicação contra enjoo e contra alergia, mas a moleza e a febre eram por causa da quimioterapia. Meus lábios despelaram e feriram. No terceiro dia senti muita azia, mas tomei uma medicação para o estômago por conta própria e assim melhorei. Durante vários dias também senti enjoo de cheiros. Não precisava ser forte, qualquer cheiro me dava enjoo, desde perfume a esgoto passando pelo irritante cheiro de qualquer coisa que estivessem cozinhando. Além dos cheiros que habitualmente eu já sentia, passei a sentir cheiro de tudo que eu não sentia antes, como se meu olfato estivesse mais aguçado, mas sentir tantos cheiros assim quando se está enjoada é uma tortura. Eu chegava a ter até um pouco de enjoo de olhar para o meu quarto, mas eu acho que isso era psicológico porque eu passava muito tempo dentro do meu quarto e quase sempre me sentindo mal, então acho que eu passei a sentir um pouco de rejeição do meu quarto.


"Nunca serão!" - Capitão Nascimento em Tropa de Elite

Eu já começava a me sentir prisioneira do sono e da dor de cabeça. Muitas vezes eu queria assistir um filme, mas o sono e a dor de cabeça não deixavam. Outras vezes eu queria sair para tentar me animar, mas com dor de cabeça eu não tinha ânimo. Felizmente eu só precisei tomar a medicação contra os sintomas durante três dias, então no quarto dia acordei um pouco melhor. Mesmo assim tomei novamente a mesma medicação para o estômago do dia anterior a fim de prevenir a azia. Como eu já estava enjoada até da minha casa, resolvi sair um pouco. Antes, recebi visita de duas amigas do trabalho. Conversamos bastante e isso me fez perceber que eu precisava respirar um ar sadio. Eu só falava e pensava em doença.
No final da tarde fui para a casa do meu namorado. Conversamos um pouco com os amigos dele, comemos pizza, mas eu estava muito desanimada. Eu queria estar bem disposta, mas a moleza ainda persistia. Mais tarde tivemos a ideia de comer laranjas. Na volta para casa ainda comi papa de aveia antes de dormir.
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Próxima Postagem: Parte 59